No Brasil, vacinação ampla é esperança contra nova variante

 

Vacinação de covid no posto móvel da Lagoinha, em Nova Iguaçu Foto: Gabriel de Paiva / Gabriel de Paiva

Ao fechar o mês de novembro com pouco mais de 6.800 mortos pela Covid-19, o Brasil colhe hoje os frutos da vacinação. E é nela que se pode apostar para enfrentar a nova ameaça mundial, a variante Ômicron, que parece ser ainda mais transmissível que a Delta. O número de óbitos ainda é alto, mas é incomparavelmente menor que o do pico da pandemia, em abril, quando mais de 82 mil pessoas morreram pela doença em um só mês. Até aquele momento, a vacinação ainda patinava no Brasil, com frequente falta de doses.

Maio e junho ainda mantiveram elevado número de óbitos, 58.679 e 55.280, respectivamente. A partir de julho, justamente quando o programa de vacinação engrenou, a queda se tornou constante. Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, membro do Comitê de Monitoramento Extraordinário da Covid-19 da Associação Médica Brasileira (AMB), a relação é clara.

— Em janeiro, quando a variante Gama começou a circular, como era mais transmissível que a cepa original, houve um aumento exponencial. A partir de maio, o percentual de vacinados aumenta um pouco e isso ajudou a frear o número de óbitos. Mas entre março e junho a vacinação ainda era lenta. Só em julho, ultrapassou 40% e entramos num ritmo rápido, conseguimos diminuir as mortes e também de casos — afirma Barbosa.

A aceleração em julho foi fundamental, segundo o infectologista, para que a variante Delta, que é 100% mais transmissível que o vírus original e 50% mais que a Gama, não fizesse estrago tão grande. Para o infectologista, a alta cobertura vacinal — 63% dos brasileiros já estão totalmente imunizados contra a Covid — será determinante para nos proteger da Ômicron:

— É muito provável que, por conta da alta taxa de vacinação, o Brasil não deva ter problema de aumento nas hospitalizações e óbitos pela variante. Ela deve começar a circular por aqui, mas muito provavelmente não vai vingar — diz o infectologista, celebrando a tradição de vacinar do brasileiro: — Os negacionistas e até o governo federal não mudam nosso DNA. Aqui é o país do Zé Gotinha! Com o PNI erradicamos varíola, pólio, sarampo, e hoje o brasileiro vai para a fila de vacina sabendo que ela é eficaz e segura. Isso fez toda diferença.

O Brasil registrou ontem 205 mortes por Covid-19, elevando para 615.225 o total de vidas perdidas para o vírus desde o começo da pandemia. A média móvel foi de 218 óbitos, aumento de 4% em comparação com o cálculo de duas semanas atrás, o que indica tendência de estabilidade.

 Fonte: https://extra.globo.com/noticias/coronavirus/no-brasil-vacinacao-ampla-esperanca-contra-nova-variante-rv1-1-25303842.html

 

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