A DOR DA GENTE!

(esperança e resiliência do povo brasileiro)

Não é pela cor do mês. Não é pelo amarelo. É pela dor que me mata e que me elimina sem me dar uma chance. Sem me dizer que dor é.

De tempo em tempo nós, que formamos a Nação Brasileira, somos chamados ao pleito eleitoral. Com CPF, endereço, cor e nome. Mas não me perguntam pela minha dor. Apenas pelo meu título de eleitor: aí sou cidadão!

Depois, na minha vida real, no meu silêncio ensurdecedor, carrego no peito essa dor indecifrável, levando do jeito que dá; pagando a comida e estendendo a mão.

Sei que venci tantas vezes! (Vi)vi tantas rupturas. Passamos por muitas coisas que se contar não termino meu dizer.

Todas as vezes foi no pisar do meu chão. No aperto de mão do irmão. Mas sem poder falar do grito contido em minh’alma - que políticos não ouvem não.

É sempre assim.

A história de nossa civilização conta que a dor sempre esteve presente. Sempre houve registro em algum lugar do tempo. Acho que até mesmo antes de existir eleições.

Seja como for, daqui do meu canto, além da minha dor, sinto alguma coisa estranha no ar. Desconfio da gente de cima; daqueles que ditam as normas para que as coisas permaneçam sempre do jeito que estão. Afinal, sou eu, com minha dor ou não, que irei votar. Mais uma vez.

Por isso, sem precisar recorrer a Morfeu, no final do dia retorno pra casa, ainda que alugada. Esperando, esperando, esperando pra de novo votar. E ver chegar outro dia.

Um novo dia. Sem dor. E não é só pra poder votar.