Bacellar nas ruas de Londres. E dai?

 

 


O vídeo do deputado Rodrigo Bacellar pelas ruas de Londres, em companhia de amigos, nada tem anormal; não revela qualquer deslize ético ou comportamento moral inadequado. Diferentemente do que fora publicado, o episódio não guarda também semelhanças com a famigerada Farra dos Guardanapos. Afora o fato de terem ocorrido no exterior, são situações totalmente distintas.

A comparação é injusta e inconsistente. O presidente do parlamento fluminense não estava em Londres com entourage às custas do erário. Sem assessores, cumpria missão oficial em companhia do governador Cláudio Castro – o que é trivial, protocolar e não permite qualquer censura.

Divulgadas com estardalhaço, as imagens mostram apenas o parlamentar em conversas descontraídas, entre pessoas de seu relacionamento, num fim de noite. O relaxamento, próprio do horário em as cenas foram gravadas, é absolutamente natural a qualquer cidadão após horas de trabalho, especialmente em agendas no exterior. Quem nunca tomou um vinho madrugada adentro jogando conversa fora, com descontração?

O erro de Bacellar talvez tenha sido permitir que seus interlocutores filmassem. As cenas editadas, descontextualizadas e expostas a público nas redes sociais alimentam a construção de narrativas deturpadas do encontro. Fornecem matéria prima para manipulações grosseiras, montadas de acordo com o interesse político dos adversários.

Em tempos de fake news e pós-verdade, as versões acabam adquirindo mais importância do que os fatos – estes, no caso das cenas de Bacellar em Londres, foram corriqueiros e banais. 



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