Especialista alerta que “estamos vivendo uma pandemia de insônia”

 

 

O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono, Edilson Zancanella, afirma que é preocupante a situação no país que, na sua avaliação, se deparou com um grave problema coletivo de insônia durante a pandemia do coronavírus. Ele também é professor da Unicamp, e integrante da organização científica do World Sleep 2023, congresso internacional que será realizado no Rio de Janeiro entre os 20 e 25 de outubro, com a expectativa de receber 3 mil participantes.

No evento, os especialistas divulgarão um novo consenso sobre insônia, levando em conta sua significativa prevalência na população e as abordagens medicamentosas e não medicamentosas, como ele explica:

“A situação é preocupante no Brasil, poderíamos dizer que houve uma pandemia de insônia durante a pandemia do coronavírus, quando disparou o número de casos de distúrbios de sono. Infelizmente, a maioria das pessoas já procura o médico pedindo um ‘remedinho’ para dormir, sem querer mudar os hábitos que compõem a higiene do sono. Costumo dizer aos pacientes: ‘Você quer que eu instale um botão de liga/desliga, mas ele não vem no equipamento de fábrica e não vai ser possível’. Na verdade, uma das formas mais adequadas para lidar com o problema é a terapia cognitivo-comportamental”, afirma.

Na sua opinião, embora o assunto venha recebendo maior destaque nos últimos anos, as pessoas ainda não se dão conta da importância do sono para a qualidade de vida e uma longevidade ativa:

“A maioria sabe o que é pressão alta ou diabetes, agora temos a missão de fazer o mesmo em relação ao sono. Iniciamos um levantamento nas faculdades de medicina para mapear a carga horária referente ao ensino sobre o sono na graduação. É assustador, porque às vezes o tempo dedicado ao tema é de 15 minutos ou meia hora. Um aprofundamento depende, principalmente, da iniciativa de profissionais que se especializaram e levam a matéria para a sala de aula. Estamos falando de algo que os próprios médicos

Entre as novas tecnologias que serão debatidas está a estimulação do nervo hipoglosso – ainda não realizada no país – que reduz a apneia obstrutiva do sono. O envio de estímulos elétricos se assemelha ao do marca-passo, evitando o relaxamento dos músculos da faringe e consequente comprometimento respiratório.

Uma pesquisa divulgada semana passada mostra como problemas de pele podem interferir na qualidade do descanso. Em um estudo com 50 mil adultos de 20 países, a Academia Europeia de Dermatologia constatou que 49% dos pacientes relatavam baixa produtividade no trabalho causada por noites maldormidas devido a sintomas relacionados a doenças cutâneas, como coceira, sensação de queimação e formigamento.

Com informações do g1


Fonte: Agenda do Poder.


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