EXCLUSIVO. Bacellar comenta o apoio de Flávio Bolsonaro a Wladimir Garotinho: “Foi uma descortesia”

 

 

“Quem conhece o Bacelar sabe: minha maior virtude é não voltar atrás na palavra que dou”, afirmou o presidente da Alerj

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, reagiu com firmeza à decisão do senador Flávio Bolsonaro (PL) de declarar apoio à reeleição do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP). Rival político da família Garotinho, Bacellar já havia firmado acordos de aliança entre o União Brasil e o PL em vários municípios do estado. Os entendimentos entre os dois partidos foram atropelados pela iniciativa individual do senador.

Em entrevista exclusiva à Agenda do Poder, Bacelar afirmou que a decisão de Flávio Bolsonaro foi uma descortesia dado o avanço das negociações que conduziu nos últimos meses. E ressaltou o que seria uma de suas maiores qualidades na vida pública. “Quem conhece o Bacelar sabe: minha maior virtude é não voltar atrás na palavra que dou”.

Nos bastidores da Alerj, o que se comenta é que o novo mandachuva do União Brasil romperia todos os acordos firmados até agora com o PL, mas ele garantiu que, ao contrário,  manterá a palavra empenhada em “aperto de mão de homem para homem”.

Qual avaliação que o senhor faz da decisão do senador Flávio Bolsonaro?

Minha opinião é muito tranquila: acho que foi uma descortesia do senador. Eu o respeito muito, mas eu tinha um trato com o PL. Desde muito criança eu respeitei a história do presidente Valdemar (Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL). Uma das suas características é apertar a mão e não descumprir o acordado.

Mas no que isso implica exatamente, deputado?

Eu fiz um trato com o partido em nível nacional e estadual. Desde que decidi me transferir para o União Brasil, definimos junto com o PL que ninguém atropelaria ninguém. Pelo contrário. A ideia era caminhar juntos, respeitando os espaços para que um cobrisse o outro, em especial no interior do estado. E assim vim fazendo até a data de ontem.

Isso significa então que o senhor não fará mais esse esforço conjunto?

Pelo que fiquei sabendo foi uma decisão isolada do senador. E respeito, ele tem o direito de escolher quem achar melhor. Mas cobrei do Valdemar e do Altineu (Altineu Côrtes, deputado federal e presidente estadual do PL) se o nosso trato estava rompido ou não. Eles me pediram um tempo porque também foram pegos de surpresa. Quem conhece o Bacelar sabe que, como qualquer ser humano, somos feitos de acertos e erros, mas minha maior virtude é não voltar atrás na palavra que dou.

O senhor acha que essa decisão do senador altera muito o jogo político?

Olha, estou fazendo e cumprindo minha parte. Do processo eleitoral do governador Cláudio Castro para cá, eu acabei levando muitos prefeitos do interior, que eram ligados a mim, para o PL. Por isso, na minha ida para o União Brasil, eu iria dar um pouco de volume à legenda trazendo alguns de volta, mas sem atrapalhar o processo do PL. Até pela gratidão que eu tinha com o partido por toda construção junto com o governador.

Houve algum acordo específico? O que o senhor fará a partir de agora?

Não tinha um apoio específico. Estávamos batendo o mapa de todo estado justamente para não ter atropelo. Onde um não pudesse ser o cabeça de chapa, seria o vice, e assim sucessivamente. Até esse vídeo de ontem que pegou todo mundo de surpresa. Mas repito, com aqueles que já apertei a mão, e alguns me ligaram preocupados, atores políticos que já estão correndo com suas campanhas, e eu disse que não volto atrás jamais. A princípio não vou romper nenhum acordo. Acima de qualquer partido, é o meu aperto de mão de homem para homem que vale. Me sinto muito desconfortável em voltar atrás naquilo que já decidi. Já falei para o pessoal ficar completamente à vontade porque vou até o fim naquilo que eu já tratei.


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