Botafogo e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, repudiam ‘ato criminoso’ de torcida organizada alvinegra

 

 

Torcedores penduraram bonecos ‘enforcados’, da dirigente e outro com o rosto do presidente da CBF

O clima de rivalidade entre Botafogo e Palmeiras ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. Horas antes do duelo que valeu a liderança do Campeonato Brasileiro, com a vitória do Alvinegro por 1 a 0, uma torcida organizada do Botafogo pendurou dois bonecos “enforcados” — um com o rosto de Leila Pereira, presidente do clube paulista, e outro com o rosto de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF — na plataforma de trem que dá acesso ao setor visitante do Estádio Nilton Santos.

A Polícia Militar entrou em ação e retirou os bonecos pendurados por volta das 18h10. A informação foi dada primeiramente pela Rádio Itatiaia e confirmada pelo GLOBO.

Em nota oficial, o Botafogo repudiou a ação da torcida e afirmou que a solicitação à PM para retirada dos bonecos partiu do próprio clube. O alvinegro também pediu que os responsáveis sejam identificados e punidos.

“O Botafogo repudia veementemente as ameaças e atos criminosos manifestados contra a Presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Tão logo tomou conhecimento, a Diretoria solicitou ao policiamento que agisse imediatamente. O Clube tem como pilar fundamental de suas relações o respeito por seus adversários e entende que o futebol não pode aceitar ou dar espaço para qualquer tipo de violência. Que os responsáveis sejam identificados e punidos pelas autoridades. O Estádio Nilton Santos é um símbolo marcado pela promoção do esporte, do espetáculo e que preza pela harmonia entre os torcedores, motivo pelo qual o Botafogo reafirma a sua indignação com o episódio”, diz a nota divulgada pelo alvinegro.

Leila Pereira também se pronunciou sobre o caso. A presidente do Palmeiras, que optou por não viajar ao Rio para prestigiar o duelo de logo mais, lamentou o que também chamou de “ato criminoso”.

— Lamento este ato criminoso, bem como qualquer tipo de hostilidade no ambiente do futebol. A rivalidade deve sempre se restringir ao campo de jogo. Entendo que o esporte precisa de dirigentes responsáveis, que não fomentem a violência. Espero que as autoridades policiais tomem todas as providências necessárias para garantir a segurança dos nossos profissionais e dos nossos torcedores que estarão no Estádio Nilton Santos. Futebol é entretenimento, não violência. Tomei a decisão de não ir ao jogo desta noite porque entendo que o foco precisa estar no campo. Afinal, a partida é entre Botafogo e Palmeiras, e os jogadores são os astros do espetáculo. Infelizmente, ao ver estas imagens assustadoras, concluo que a decisão de não comparecer ao estádio foi correta — disse ela ao portal UOL.

O ataque a Leila Pereira e Ednaldo Rodrigues tem como provável motivo as recentes polêmicas envolvendo o dono da SAF do Botafogo, John Textor. O mandatário alvinegro, ainda sem mostrar provas, acusa o Palmeiras de ter sido favorecido no último Campeonato Brasileiro por supostas manipulações de resultados.

Vale lembrar que no último encontro entre Botafogo e Palmeiras, no Nilton Santos, John Textor se revoltou ao entender que o alvinegro foi prejudicado pela arbitragem na virada do time paulista e disparou contra a CBF e contra Ednaldo, afirmando que o time carioca foi “roubado” na expulsão de Adryelson. Com o placar em 3 a 1 a favor do Botafogo, o zagueiro foi advertido com cartão amarelo após cometer uma falta sendo o último homem, e após consulta ao VAR, a arbitragem decidiu pelo cartão vermelho. Com um jogador a mais, o Palmeiras virou a partida para 4 a 3.

— O mundo todo viu, isso não é cartão vermelho. Ele (Adryelson) pegou a bola primeiro. Não tenho certeza nem se foi falta. Mas não é cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada. Ninguém merece isso, esses jogadores do Palmeiras não querem ganhar desse jeito, nós não queremos perder desse jeito. São cinco jogos seguidos. Senhores, vocês jogaram um bom jogo, não é culpa de vocês, mas isso é corrupção — disse Textor ao microfone do Premiere, após o apito final.

Após o caso, o dono da SAF do Botafogo foi processado por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Leila Pereira também virou um desafeto de Textor após a reclamação do americano. A presidente do Palmeiras chegou a chamar Textor de “fanfarrão” e cobrou que ele fosse banido do futebol caso não comprovasse as acusações feitas.

Com informações de O Globo


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