Previsão de inflação para 2025 chega quase a 5% no primeiro Boletim Focus do ano

 





Cotação do dólar foi ajustada para R$ 6,00, enquanto previsão da taxa de juros aumentou para 15%


No primeiro Boletim Focus de 2025, os analistas do mercado revisaram para cima suas previsões para o ano: a projeção para o IPCA, indicador oficial da inflação, subiu levemente para 4,99%, segundo informa a coluna de Míriam Leitão, no jornal O GLOBO.


A cotação do dólar foi ajustada para R$ 6,00, enquanto a taxa Selic teve um aumento, passando de 14,75% para 15%. A estimativa de crescimento do PIB foi ligeiramente ajustada, passando de 2,01% para 2,02%. No entanto, os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram as previsões para o fechamento dos indicadores de 2024, com uma leve redução na estimativa da inflação, que caiu de 4,9% para 4,89%. A expectativa para o PIB foi mantida em 3,49%.


Recentemente, as projeções iniciais feitas pelos analistas para o ano têm mostrado grandes discrepâncias em relação aos resultados finais da economia brasileira. No Boletim Focus de 8 de janeiro de 2024, por exemplo, a previsão era de que o PIB encerrasse o ano com um crescimento de apenas 1,59%, enquanto a estimativa final aponta para um crescimento próximo de 3,5%.


Em relação à Selic, a previsão era de que a taxa ficaria em um dígito, cerca de 9%, mas o ano terminou com a Selic em 12,25%, com perspectivas de ultrapassar os 15%. A projeção para a cotação do dólar era de R$ 5,00, mas a moeda ultrapassou os R$ 6,00 no final do ano. Quanto à inflação, os economistas estimavam que ficaria fora da meta, mas ainda dentro do teto, com um índice de 3,90%. O IPCA-15, indicador da inflação, fechou o mês de dezembro de 2024 com um acumulado de 4,71% nos últimos 12 meses.


— Avalio que os desvios por aqui estão mais associados à baixa previsibilidade das ações políticas brasileiras e a suscetibilidade a choques externos. Só um exemplo, quando começou 2022 não se imaginou que ao final daquele ano seria aprovada uma PEC de transição que aprovava a injeção de R$ 200 bi. De maneira análoga, no fim de 2023 poucos conseguiam incorporar às suas projeções que o arcabouço teria metas revisadas e intervenções judiciais para que se cumprisse, no primeiro ano, a meta no limite inferior da banda. Adicionalmente a volatilidade dos ativos é gigantesca por aqui, o que encurta os horizontes previsíveis — aponta Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos.

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